De origem japonesa, o haiku é a miniatura de um poema, não passando de uma estrofe de 3 versos, obedecendo a uma métrica de 5 – 7 – 5 sílabas e caracterizado pela extrema simplicidade (que nada tem a ver com o banal) e pela concisão. O haiku adiciona a estas qualidades as da subtileza e da plenitude e transcendência de sentido.
Que irrisão
debaixo de um elmo
canta um grilo
(Matsuo Bashô)
Despojado de fogo de artifício retórico, o haiku é a captação de um instante único, um flash revelador da leveza ou do peso do real. Um momento filosófico que resulta da observação dos elementos naturais e cósmicos.
Que irrisão
debaixo de um elmo
canta um grilo
(Matsuo Bashô)
Despojado de fogo de artifício retórico, o haiku é a captação de um instante único, um flash revelador da leveza ou do peso do real. Um momento filosófico que resulta da observação dos elementos naturais e cósmicos.
Ímpeto de cólera
De um céu azul
(Tia)
Fonte: Apontamentos curso Escrita Criativa UP_2009
Foto da minha Nikon: Serra de Arga 22.12.09
25 comentários:
Muito bem Tia
Bonito o teu haiku!
Vou tentar mesmo sem contexto captar o teu momento...
O cinza das nuvens, estragou-te o dia ofuscando o azul do céu.
Nota: quando digo estragou-te o dia, refiro ao teu ímpeto de cólera... ias a sair pra caminhar na serra e deparas com aquelas nuvens todas e, chiça... taratatarata - não tenho sortinha nenhuma it´s not fair - hehehe
Pronto e num flash filosófico, absorvendo as energias cósmicas, pumba... saíu haiku.
Gostei parabéns
beijo
Tia, apanhaste-lhe o sentido...
Olá José,
aqui, o "ímpeto de cólera" não é (foi) meu mas sim da própria natureza.
No haiku não há recurso (directo) aos sentimentos mas muitas vezes pode retratá-los recorrendo aos elementos naturais.
Talvez... talvez o meu haiku possa reflectir alguns momentos meus...
E sabias que o haiku tem origem no Budismo Zen?
Bjs
Espero que sim António... e até respeitei a métrica 5-7-5.
Quem mandou eu ser tão espertinha?! :-)
Beijinho
Queres dizer que é impessoal? apenas uma constatação da natureza?
Deixa vêr esse ímpeto foi assim um momento teu partilhado com a natureza, em que a empatia foi tal que ambas sentiram essa cólera. Absorveste os elementos naturais e foste absorvida pla natureza.
Espero mais haikus
Sabia já mo tinhas dito!
Bj
Impossível que uma reflexão (quase) filosófica seja impessoal... É a tua leitura dos elementos naturais sem recurso a substantivos abstractos.
Pode ter um rasgo de ironia, como é o caso do de Matsuo Bashô.
Eu entendo como sendo mais da natureza para nós do que o inverso.
Bj
Daí a minha pergunta!
Segundo entendo é uma reflexão ou constactação que a natureza nos transmite. E o sugeito poético, faz a leitura ou a transcrição em termos abstractos e métaforicos
dessa mesma reflexão.
Será dar voz natureza?...
Fica bem Tia, digo-te este é um daqueles assuntos que só pessoalmente falando e expondo as ideias. Esta tema garanto-te é muitos mais que um pensamento filosófico...
Bj
bonito.... mas a foto também não fica atrás....
parabéns:)
José, nos haikus não encontras metáforas nem termos abstractos. Gostei e concordo quando dizes que o sujeito poético dá voz à natureza.
De facto, deste delicioso assunto faziamos uma longa e agradável tertúlia... :-) Bj
Angie, bem regressada! Bom Ano minha Amiga...
Obrigada pelos teus comentários. Agora deu-me também para a fotografia... vai-se lá saber porquê???
Beijos
Vais ter que pedalar muito para me convenceres que num haiku, não há implicita uma comparação ou que não tens que te abstraír do meio para haikuares :-) (assino este termo)
"O haiku adiciona a estas qualidades as da subtileza e da plenitude e transcendência de sentido."
O haiku apela a um sentido superior e pleno de subtileza!
Aqui vejo comparação e de certa forma a uma abstração!...
Beijoficabem
só não entendo o porquê de ser irrisão...
gostei da foto! as zonas serranas com o tempo que temos tido proporcionam bons cenários!
"Que irrisão
debaixo de um elmo
canta um grilo"
Ó tia neste haiku, posso dizer...
Que zombaria faz o grilo debaixo do capacete da 1º guerra mundial.
bj
Vício, por acaso este foi-nos explicado pelo Prof. Vê abaixo. Bj
José, és demais... :-) Não está, de todo, longe da verdade mas não é bem a 1ª Guerra Mundial.
Contextualizando, Matsuo Bashô (1644-1694) viveu num perído marcado pela guerra... dos samurais. Por norma associamos os grilos aos prados, aos cenários idílicos, de paz... Porque cantará um grilo num cenário de morte? Aqui está patente uma certa ironia...
José, nós continuamos a nossa "batalha" por email... :-)
Beijinho
Vício, não agradeci o teu comentário à minha foto.
Tens razão, as serras ficam lindas no Inverno...
Bjs
Haiku
Adorava sentir-te
que mau és tu!
Haiku, adorava sentir-te, que mau és tu.
Olha, assim "por extenso" até dava uma Susania.
Ihihih. Hoje estou terrível! São as hormonas.
Su, tu a brincar, a brincar, vais fazendo umas coisas giras!
Beijinho :-)
Giras e "a brincar" são óptimas definições dos meus Kuais!
Desconhecia esse termo mas agradeço a lição.
bjs
u me angano muito ou o Jorge de Sousa Braga faz muitos.
Gostei de ler o post e os comentários.
Qualquer diz tento fazer. Ou melhor, qualquer dia vou ver se sai qualquer coisa.
Beijinho
:)
Rolha, bem-vindo ao meu blog...
Miss Solarenga, vou já cuscar esse tal Jorge... :-)
Beijinho aos dois
Muito bem tia!
Dá para refletir...
Adorei as fotos também.
Beijinhos
Minha querida Helena, sempre atenta!
Um beijinho
gostei :)
Interessante, aprendi algo agora e gostei do teu haiku (Se calhar ainda tento escrever um)!
Bem-vindos Diary e Asdrúbal... já espreitei os vossos blogs e gostei!
Um abraço
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