sábado, 13 de junho de 2009

Para reflectir...

Fidelidade

“… Que significa fidelidade, que é que podemos esperar da pessoa que amamos? … A fidelidade não será um egoísmo terrível, egoísmo e vaidade, como a maior parte das coisas e pretensões humanas da vida? Quando exigimos fidelidade, queremos que a outra pessoa seja feliz? E se a outra pessoa não é feliz na prisão subtil da fidelidade, amamos essa pessoa de quem exigimos fidelidade? E se não amamos o outro de modo a fazê-lo feliz, temos o direito de exigir algo, fidelidade ou sacrifício? …”

Excerto do livro As Velas Ardem Até Ao Fim, Sándor Márai

4 comentários:

antonio ganhão disse...

Seremos genuinos para além do nosso egoismo?

Tia [Zen] disse...

Esta passagem do livro levantou-me uma série de questões... e todas muito pertinentes! Quem leu o livro conhece a poderosa história e, portanto, o contexto.
E tu levantas aqui outra questão importante. Nunca sabemos onde acabam as nossas fronteiras e começam as dos outros...
Já leste este livro António? Se não, aconselho-to vivamente.
Um beijo

PAS[Ç]SOS disse...

Já li o livro e confesso não me lembrar desta passagem. É verdade que as palavras nos tocam conforme os braços que temos abertos.
Creio que a pergunta do António é extremamente pertinente e, em parte, responde à questão da fidelidade. A fidelidade é um estado do amor, da paixão. Enquanto eles estão acesos não é preciso solicitar fidelidade. Ela é desejada. Quando as referidas chamas se apagam, a fidelidade poderá ser um sacrifício. E, neste momento, não acredito plenamente que o sacrifício seja genuíno. Perdoem-me os crentes!

Tia [Zen] disse...

Oi PasÇsos... bem-vindo! Tens razão qd dizes que "as palavras nos tocam conforme os braços que temos abertos"... Este excerto está na parte final do livro, quando o General e Konrad estão prestes a terminar a conversa pela qual esperaram 41 anos...
E concordo plenamente contigo, nesta abordagem de "fidelidade". Complexa máquina humana a nossa...
Bjs